"O RH começa a se encontrar de novo, na medida que a tecnologia toma conta do mundo corporativo. E não estamos falando só sobre aquelas coisas que parecem ficção científica como inteligência artificial ou Deep Learning. Mas no sentido de que todas as áreas da empresa se tornaram tecnológicas", a fala é do Edu Paraske, mentor de Startups.
Paraske esteve numa Live incrível com Cris Oliveira e Gustavo Salgado, da Hrestart, empresa que hoje faz parte do Grupo Worc, conversando sobre a mentalidade de Startups e como ela pode ser aplicada em RH.
O bate-papo rendeu e, neste artigo, você encontra um resumão dos principais pontos e algumas falas extraídas da conversa. Se quiser assistir a Live inteira, o link está no final do artigo.
Boa leitura!
Verdade seja dita, a influência de profissionais de RH sempre é subestimada quando falamos de inovação.
Vamos ver. São profissionais de RH que coordenam processos como:
A partir de então, os bons talentos podem conduzir a empresa ao sucesso.
Dá para perceber que profissionais de RH tem um papel importante em garantir que a empresa tenha estes talentos na sua equipe, não é? Sem profissionais qualificados e preparados, uma empresa não consegue alcançar todo o seu potencial e – muito menos – conseguir grandes avanços tecnológicos em seus processos.
Então a verdade é: RH tem tudo a ver com inovação!
O modelo de Startup ganhou destaque no mercado. Apenas nos dois primeiros meses de 2021, as Startups brasileiras receberam 918 milhões de dólares em investimento. No Brasil, os grandes nomes dentro desse modelo são empresas como Nubank, iFood, Loggi e 99.
O que tem criado tanto interesse nas Startups? É sua capacidade de liderar mudanças tecnológicos no mercado, atributo diretamente relacionado à mentalidade dessas empresas. E engana-se quem acredita que este modo de pensar se baseia em encontrar gênios e correr grandes riscos.
Startups não enxergam a inovação como fruto de genialidade, mas como resultado de um sistema que entende a criação de boas ideias como um processo. E, como processo, pode ser dominado pelas equipes.
Se você está sentindo que já ouviu falar disso antes, não se enganou. A premissa de dominar o processo de geração de ideias já é estudado há anos tanto no empreendedorismo quanto no Design Thinking, as duas bases da mentalidade de Startup.
Seguem alguns dos princípios desse modo de pensar:
Fique aí que vamos explicar cada um deles!
Dentro da mentalidade de Startups, o foco da proposta de novas tecnologias e caminhos sempre é o cliente.
Um produto ou serviço que não resolve o problema do cliente? Fracasso total, tanto no conceito quanto nas vendas. A mesma lógica é transferida para a área de RH.
Pense: quem é seu cliente?
A primeira resposta que lhe veio à mente, imagino eu, deve ter sido "o meu colaborador, é claro!". Está errado? Não. Totalmente certo? Também não.
Startups sempre buscam identificar quem são seus clientes. A área de RH também deve fazer o mesmo, mas com cautela. Um erro comum é rotular colaboradores a partir de suas áreas (exemplo: produção, finanças ou marketing). Se é o seu caso ou dos profissionais de RH de onde você trabalha, é sinal de que há espaço para mudanças positivas.
Dicas para mudar essa condição e descobrir quem são seus "clientes":
Proponha melhorias baseadas nas informações dos diversos perfis. Assim como uma Startup não apostaria todas as fichas num único cliente, não foque suas propostas apenas no perfil dos diretores.
Startups alcançam resultados através de indicadores. As métricas corretas são essenciais. Raramente Startups baseiam suas decisões em um único indicador.
Por exemplo, uma Startup jamais planeja seu investimento em propaganda apenas com base no custo. É feita uma minuciosa análise do quanto um cliente pode comprar da empresa ao longo de meses. Conhecido como indicador de Lifetime Value (LFT), permite determinar quanto poderão investir em cada cliente.
A partir de então, a Startup acompanha a relação entre custos, publicidade e a chegada de novos clientes, através do indicador Custo de Aquisição de Clientes (CAC). O objetivo é não ultrapassar o orçamento, monitorando a campanha. Os dois indicadores trabalham juntos.
Podemos traduzir alguns desses indicadores para o universo de RH.
"Quando olho as métricas de uma Startup e a jornada de um colaborador no RH, percebo que elas são super equivalentes" observa Edu Paraske, que logo propõe algumas métricas. "Quanto você paga anualmente em recrutamento? E o custo de seus recrutas? Quanto você paga para treinar pessoas? E o quanto essas pessoas vão gerar em receita para você? São perguntas difíceis, mas (fazer estes questionamentos) já é algo importante".
A observação de Paraske reforça algo essencial: determinar os indicadores de RH fornecem dados importantes. Estes dados podem ser utilizados para acompanhar a condução das suas ações e apresentar resultados aos seus líderes.
A inovação como ciclo constante de testes
Como convencer outros colegas e superiores a aceitar suas propostas de mudança?
Você não precisa mudar todos os processos de RH de sua empresa numa única vez. Uma das ferramentas aconselhadas é fazer uso de um MVP (Mínimo Produto Viável, em inglês). O MVP é um projeto menor que permite obter dados práticos sobre o cenário.
"O RH tem muita essa questão de muitas vezes criar projetos muito grandes. Só quando você colocar o projeto para rodar, seis meses ou um ano depois, que você vai ter um feedback de como é que esse projeto aconteceu", comenta Gustavo Salgado. "E você vai ter que mudar tudo, porque você pensou ou imaginou um projeto pra um ano depois e aí o cenário é outro".
Gustavo recomenda que se faça uso do MVP justamente para criar projetos menores, em menor tempo. Os resultados desse MVP validarão ideias e argumentos para negociar projetos maiores.
Basicamente, Pivotar significa fazer um "giro" completo nas atividades de um projeto.
Este giro é feito sempre que o projeto não alcança os resultados esperados ou uma nova oportunidade surge.
"Ou eu mudo totalmente esse meu curso ou o que que eu faço? Reinvento." explica Cris Oliveira, "eu aprendo com todos os erros que eu tive nesse período, com o MVP e com os Early Adopters, e mudo a chave. É assim que eu faço em uma Startup. Então você RH pode fazer a mesma coisa antes de lançar um big projeto."
Cris ainda reforça a importância de encontrar parceiros entre os colaboradores. São pessoas que têm interesse e disposição com novas mudanças.
Estas pessoas, também chamadas de Early Adopters, serão pioneiros nas inovações e podem ser grandes aliados na condução do MVP.
Quer saber mais?
Este foi apenas um resumo do bate-papo sobre a mentalidade de Startup aplicado à área de RH, mas a conversa foi longa e tem bastante coisa interessante.
Toda a conversa de Cris Oliveira e Gustavo Salgado com o Edu Paraske está gravada no canal da Hrestart. Se despertou seu interesse, é só acessar a gravação aqui embaixo:
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